Margarida, a flor do amor verdadeiro
A margarida é uma bonita flor redonda com um centro amarelo ou azul muito rico em pólen. No mundo da ciência botânica, o termo é complexo e diz respeito a um grupo de flores que inclui mais de 30,000 espécies diferentes. Na cultura popular, no entanto, trata-se de uma das flores mais comuns e adoradas em todo o mundo. Encontra-se em várias partes do globo, incluindo a Europa e a América do Norte, e é na realidade composta por duas flores diferentes. As margaridas resultam da união entre pétalas centrais e raios de flor adicionais. Talvez por isso sejam consideradas um símbolo de amor eterno e verdadeiro. Como um casamento ou uma paixão intensa, são o resultado da combinação de dois elementos distintos mas inseparáveis, de duas partes que compõe uma só unidade.
Tal como acontece com um amor intenso, a margarida é uma flor que não pára de crescer e de se multiplicar. Extremamente resistente e adaptável, é capaz de sobreviver em quase qualquer tipo de clima e de crescer em qualquer estação do ano. Além disso, é considerada uma flor comestível, sendo por isso um aditivo perfeito para algumas saladas. Muito resistente a pestes e a insectos, a sua impressionante resiliência esteve na base da sua difusão. É muito difícil determinar a sua origem exacta, mas sabemos que hoje em dia se encontra em jardins e em bosques de todo o mundo, desde o sul de África até ao topo norte do Canadá. Se és um jardineiro amador ou ainda pouco experiente, as margaridas são por isso a flor perfeita para ti. Cultivá-las é tão simples que muitas vezes estas flores são consideradas ervas selvagens e removidas de alguns jardins. No entanto, a sua presença não é nociva para a flora à sua volta. Muito pelo contrário. Estas flores magníficas contribuem para a beleza de qualquer quintal e alimentam a sede dos insectos à sua volta, graças ao seu núcleo fértil recheado de pólen.
História e origem
No mundo da botânica, a margarida é sem dúvida um assunto de grande controvérsia. O termo diz respeito a uma grande família de diferentes espécies, que inclui vários tipos de girassol. O seu nome científico é asteraceae, mas o termo popular pelo qual é designada tem um passado rico e cheio de reviravoltas.
Em português, o nome ‘margarida’ pode estar relacionado com a semelhança que existe entre estas flores e uma pérola. A sua origem latina está provavelmente associada às ‘margaritarias‘, que na Roma antiga eram as mulheres e comerciantes que negociavam jóias preciosas. O termo ‘margaritifer‘ também chegou a ser usado para designar algumas colónias de ostras, que são o molusco responsável por produzir pérolas. Em inglês, no entanto, o nome da flor traduz-se como ‘daisy‘ e a sua origem é ainda mais fascinante. O termo evoluiu do inglês arcaico ‘daeges eage‘, que no dialecto anglo-saxónico clássico quer dizer ‘olho do dia’. Olhando para estas belíssimas flores, conseguirás certamente compreender a ligação. Como um pequeno Sol que brilha eternamente, da Primavera ao Inverno, a margarida é uma flor que se apresenta sempre com os olhos abertos, que desabrocha infinitamente, e que está sempre pronta para encher o ar de um nostálgico perfume.
Uso e significado
Já te dissemos que a margarida representa o amor verdadeiro e eterno, muito devido à sua origem natural, que resulta da união de duas flores diferentes. Mas este ornamento natural também possui outros significados. Na era Vitoriana, era utilizado como um símbolo de despedida. Era comum oferecer um ramo de margaridas ao soldado que partia para a guerra ou ao marinheiro que se aventurava por terras estrangeiras. No mesmo período, estas flores eram também associadas à inocência, à sinceridade, e ao amor maternal. São por isso um presente perfeito para celebrar o Dia da Mãe.
Ainda antes da época Vitoriana, a margarida já fazia parte do imaginário religioso dos primeiros nativos de Inglaterra. As culturas pagãs que costumavam habitar as ilhas britânicas viam na flor uma representação exacta dos grandes astros celestes. A sua forma, semelhante a estrelas ou ao Sol, levou as tribos pagãs de há milhares de anos atrás a identificá-las como um símbolo indelével da grandeza do cosmos.
É também provável que a margarida faça parte da tua própria história e cultura. Estas flores são ainda hoje em dia o objecto de várias brincadeiras de criança. Lembraste de jogar ao bem-me-quer, mal-me-quer, removendo à vez as pétalas de uma flor? Se como muitas crianças desta geração o fizeste, é provável que tenhas brincado como uma margarida. Além disso, estas versáteis e sempre presentes flores são comummente utilizadas para fazer colares. Talvez a prática seja um resquício da sua velha designação Romana, em que eram comparadas a pérolas? Afinal, se por um lado nem todos têm dinheiro suficiente para decorar o seu pescoço com um luxuoso colar de pérolas, qualquer pessoa pode fazer destas magníficas flores a sua própria jóia.